O que é a Terapia Energética Corporal?
Introdução
Este trabalho foi escrito no intuito de esclarecer
a você, cliente, sobre os princípios básicos que orientam a terapia energética
corporal reichiana. Minha intenção é de que ao ter uma compreensão maior de seu
processo, possa ter uma atitude mais afirmativa e ativa em relação a ele. Assim
poderemos caminhar juntos e termos uma meta comum: seu desenvolvimento
emocional, mental e espiritual!
"Amar não é olhar um para o
outro, mas ambos na mesma direção". Antoine de
Saint'Exupery, Terra dos Homens.
1- O que é a
Terapia Energética Corporal?
É uma forma de terapia que usa o corpo para liberar
emoções, sentimentos e crenças e ativar as funções necessárias à vida.
Baseia-se no conceito de energia vital.
2- O que é a
energia vital?
Várias tradições orientais e linhas filosóficas
falam de uma energia vital que "anima" a vida. Ao longo da história
esta energia recebeu nomes como prana, chi, elan vital, magnetismo animal, etc.
Wilhelm Reich foi um médico psicanalista que estudou a energia no corpo humano,
na vida animal e na natureza em geral. Deu-lhe o nome de energia orgone e a
descrevia como uma energia universal, formando um oceano cósmico energético,
dentro do qual tudo o mais existe. Definia a vida como uma quantidade de
energia vital em interação com o corpo físico. A vida necessita absorver
energia vital para se preservar. Isto é feito através da respiração, da
ingestão de alimentos e do contato entre os seres vivos animais ou vegetais.
3- Onde está esta
energia em nós?
A energia vital está ligada ao cerne do corpo. O
cerne é representado por nossas vísceras. Envolvendo o cerne encontra-se a
periferia, representada pelos músculos e pele que dão forma ao nosso corpo.
Externamente nossa energia vital forma um campo de energia que se liga ao cerne
e se dilui à nossa volta.
Podemos simbolizar assim o sistema vital.
Temos consciência da energia vital através de
sensações sutis internas e também no contato com outras pessoas ou ambientes.
Sabemos intuitivamente quando nos harmonizamos com o ambiente, quando "há
algo pesado no ar" ou quando "a química combina."
4- Como a energia
se move em nós e o que isto significa?
Existem dois movimentos básicos da energia vital: o
pulso e a onda.
Através do pulso a energia se move em expansões e
contrações entre o cerne e a periferia. Quando uma área do corpo se expande, a
pele fica quente, com brilho e vitalidade; a energia dirige-se do cerne para os
músculos e daí para o campo. Quando se contrai, a pele torna-se fria, sem
brilho e sem vitalidade e a energia deste local recua para o cerne. Vemos
freqüentemente pessoas com o corpo frio, sem brilho e sem vitalidade. A cor da
pele torna-se acinzentada. Intuitivamente sabemos que há pouca vitalidade
quando a pele torna-se pálida, fria e sem brilho.
Além de a energia pulsar entre o cerne e a
periferia em movimentos de expansão e contração, ela se move em ondas ao longo
do corpo. A onda energética começa pela região sacral, na pelve, sobe pelas
costas até à cabeça e desce pela frente do corpo retornando à pelve e membros
inferiores.
A forma do corpo mostra como está o movimento
energético da pessoa. Denominamos circuito energético ao movimento das ondas
energéticas em nosso corpo. Existem dois circuitos energéticos: um superficial
e outro profundo.
O circuito energético profundo está ligado ao cerne
do organismo e a energia circula através das vísceras, dos músculos lisos. Seu
movimento é suave, livre, fluido e altamente sensível. Normalmente nos
referimos às sensações viscerais como o nosso EU, nossa ESSÊNCIA. Vivemos essas
sensações como sentimentos, emoções e anseios profundos. As qualidades ligadas
ao EU são universais e surgem na consciência como potenciais e qualidades
pessoais. Em nosso EU somos amorosos, criativos e voltados para a realização
pessoal!
O circuito energético superficial está ligado à
periferia, nossos músculos e pele. A energia move-se através dos músculos
estriados. O circuito energético superficial é responsável pela interação com o
mundo externo material. Em nossa consciência constitui o nosso ego. Através do
ego percebemos a realidade externa, as necessidades internas e buscamos uma
adequação entre ambas.
Quando o circuito energético do ego está completo
nós nos sentimos seguros e identificados com nosso corpo. Realizamos nossas
tarefas prazerosamente e nos sentimos realizados em nossas ações no mundo.
Nossa ação nos dá prazer!
Quando o circuito energético do EU está completo
nos sentimos íntegros, amorosos e em comunhão com a vida.
5- Por que não nos
sentimos sempre íntegros, amorosos e em comunhão com a vida?
Nosso corpo apresenta sete faixas transversais que
têm pulsações independentes umas das outras. Estas faixas são denominadas anéis
ou segmentos. São eles o visual, o oral, o cervical, o peitoral, o diafragmático,
o abdominal e o pélvico. Se um dado anel paralisar sua pulsação, isto gera uma
interrupção do circuito energético superficial. Podemos perder a ligação com o
corpo, a segurança pessoal e a sensação de prazer e realização em nossas ações.
Dependendo da intensidade dessa interrupção, o recuo da energia para o cerne
pode ser tão intenso que interrompe também o circuito energético profundo.
Neste caso perdemos o contato com a vivência de integridade, de amorosidade e
de comunhão com a vida! Podemos perder o contato com as emoções profundas e
sermos tomados por emoções mais superficiais como mágoa, ressentimento, inveja,
vingança, rancor, raiva destrutiva, etc. Quando ocorre a paralisação constante
num dado anel dizemos que a pessoa apresenta um bloqueio segmentar.
Os bloqueios dos anéis geram sintomas que aparecem
como queixas físicas, emocionais e mentais. Podemos enumerar algumas queixas
ligadas aos bloqueios segmentares.
Bloqueio do anel visual: falta de concentração,
falhas de memória, desorganização temporal e espacial, confusão mental,
psicose, dores de cabeça, labirintite, dificuldades perceptivas, etc.
Bloqueio do anel oral: anorexia, voracidade,
depressão, descrença no prazer e na relação, falta de impulso para a vida,
crítica e auto-crítica, mordacidade, ironia intensa, etc.
Bloqueio do anel cervical: voz fraca ou rouquidão,
dificuldades com a fala, contenção emocional, dificuldade em expressar anseios
e emoções, orgulho, superioridade, prepotência, etc.
Bloqueio do anel peitoral: ausência de emoções e
sentimentos, angústia, melancolia, falta de ar, cansaço, desânimo, sensação de
vazio ou de aridez interior, etc.
Bloqueio do anel diafragmático: gastrite, úlcera
gastroduodenal, digestão difícil ou lenta, controle excessivo das sensações ou
das emoções, medo da vida, etc.
Bloqueio do anel abdominal: sensação de peso,
desconforto abdominal, cólica, intoxicação, lentificação da vida, etc.
Bloqueio do anel pélvico: obstipação intestinal,
hemorróidas, dores nas relações sexuais, impotência, falta de desejo ou de
prazer ligado ao sexo, dores menstruais, insegurança, dificuldade de contato
com a realidade, etc.
6- Por que temos
esses bloqueios? De onde eles vêm?
Temos um EU que é amor, criatividade e impulso de
realização, porém este EU necessita do ego para se expressar neste mundo! É
através do ego que desenvolvemos nossa personalidade. Ao nascer, necessitamos
de amor, proteção e cuidados. Depois desenvolvemos a autonomia, a identidade
sexual e o poder pessoal, nossa auto-confiança. As dificuldades nessas buscas e
as soluções que damos a elas podem deixar marcas em nossa personalidade. Quando
não conseguimos soluções favoráveis ficamos fixados em determinados
comportamentos e isto ativará bloqueios dos anéis que limitarão a pulsação e a
circulação da energia. Ficamos fixados em comportamentos infantis como no caso
de pessoas dependentes dos outros ou carentes. Nestas situações as funções
naturais que deveríamos desenvolver ficaram limitadas.
7- Por que
trabalhar com o corpo?
Quando olhamos o corpo do cliente, vemos como está
sua vitalidade e se há bloqueios nos anéis corporais, limitando a pulsação e a
circulação da energia. A forma do corpo mostra os bloqueios e em que fase do
desenvolvimento a pessoa teve mais dificuldades. Por exemplo, as pernas frágeis
mostram dificuldades no primeiro ano de vida. As distorções do corpo mostram a
história de seu desenvolvimento. Podemos então comparar o que vemos no corpo
com a história que o cliente nos conta e com os sintomas e queixas que
apresenta. Todos esses dados devem estar concordantes. A partir daí podemos ter
uma compreensão mais ampla dos problemas e das soluções possíveis. Trabalhamos
no corpo para aliviar os bloqueios segmentares e estimular a circulação da
energia. Estimulamos o cliente a ativar as funções naturais que de alguma forma
ficaram limitadas em seu desenvolvimento. Estamos trabalhando com sua energia.
Ao trabalhar com o corpo estimulamos a expressão das emoções, abrandamos a
rigidez física e mental e ampliamos a consciência corporal.
8- O que o corpo
tem a ver com as emoções?
Nossas necessidades mais profundas originam-se em
nossa ESSÊNCIA. Através do ego buscamos sua satisfação. Quando não alcançamos a
satisfação somos tomados pela dor e pela raiva. A raiva é a reação natural
frente à frustração e à limitação da vida! Normalmente a expressão da dor e da
raiva é limitada pelo ambiente. É difícil para os pais suportarem a expressão
da dor ou da raiva num bebê ou numa criança. Frente a esta situação resta a ela
ocultar sua dor e sua raiva para garantir o amor dos pais. Ao mesmo tempo em
que a necessidade, a dor e a raiva são reprimidas, os pais estimulam a criança
a vir para o mundo e a se relacionar com eles. Precocemente o bebê apreende
esta situação e busca meios de responder às solicitações, preservando assim sua
sobrevivência. Esta solução tem conseqüências importantes na personalidade.
Inicialmente ocorre um isolamento da ESSÊNCIA onde ficam retidas as
necessidades mais genuínas, os anseios e a dor frente à frustração. Isolamos
nosso cerne, nossa identidade primária! Outra conseqüência é que a raiva, que é
uma resposta biológica vital, necessita também ser reprimida. Construímos então
uma segunda camada onde guardamos a raiva e o "não" que era de
direito. Esta energia retida vai aos poucos se transformando no núcleo de nossa
negatividade!
Finalmente passamos a nos comportar de forma a
agradar aos nossos pais. Formamos uma camada superficial, nossa máscara. Com o
passar do tempo acreditamos que somos esta máscara e a defendemos como se ela
fosse vital para nós. Criamos assim uma segunda identidade separada de nossa
ESSÊNCIA! Ocultamos nossa negatividade suprimida e perdemos o contato com nosso
verdadeiro EU! Para manter essa divisão tencionamos os músculos isolando a
ESSÊNCIA e retemos nos músculos tensos nossa agressividade e negatividade. A
livre pulsação entre o EU e o mundo, fica comprometida! A energia que fluía
livre da ESSÊNCIA para o ego já não mais ocorre. Perdemos o contato com nossa
fonte interna de energia e excitação. O ego passa a identificar-se inteiramente
com a máscara e aí somos dependentes do ambiente para ter energia e excitação.
Nossa personalidade fica dividida em três camadas:
a profunda, nossa ESSÊNCIA, nosso verdadeiro EU, a camada média, onde guardamos
nossa negatividade e nossa energia de vida e a camada superficial, nossa
máscara com a qual nos identificamos! Reich referia-se a elas como Deus, ou
nossa parte divina, o diabo ou nossa negatividade e o homem, nossa adaptação
social.
Podemos representar as camadas da personalidade assim:
Além de a energia ficar impedida de fluir livre
entre a ESSÊNCIA e o ego, os circuitos energéticos ficam fragmentados pelos
bloqueios do anel cervical e diafragmático. Na cabeça está assentada nossa
máscara, nossa identidade mental. No peito, em nosso coração esta nossa
ESSÊNCIA. Finalmente na pelve guardamos o diabo, nossa negatividade.
Podemos simbolizar assim:
Em nosso coração está a energia de amor, na pelve,
a energia de vida, e na cabeça a nossa máscara dependente do ambiente para ter excitação
e vitalidade. O ego fica identificado com a máscara, que é mental, e perde o
contato com a energia do amor e da vida!
9- A partir daí
qual o sentido de trabalhar com o corpo?
Ao ler esta descrição talvez você se veja retratado
e ainda se pergunte: quem não tem tudo isso? É verdade, todos nós passamos pela
infância e de alguma forma fomos marcados em muitos momentos. Todos passamos
por momentos onde tínhamos necessidades que de alguma forma foram frustradas, o
que exigiu soluções paliativas. Organizamos as defesas contra a dor e a raiva.
Desenvolvemos uma forma superficial de ser. Perdemos o contato com nosso EU!
Essas soluções foram necessárias na infância. O problema é que elas se tornaram
fixas como se a criança que fomos continuasse a existir hoje em nós como
adultos. Estas experiências nos marcaram e fixaram-se em nosso corpo, em nosso
comportamento e em nossa forma de sentir e de pensar. Tente descobrir como é
sua máscara. Ela expressa seu modo de ser e também as dificuldades mais
importantes que você apresenta. Talvez você se perceba como vítima, frágil,
distante, "espiritualizado", raivoso, apressado, perfeccionista,
autoritário, submisso, "confuso", "moralista", queixoso,
etc. Não se sinta envergonhado, culpado ou amedrontado frente ao que perceber.
O que acredita ser você mesmo pode ser apenas sua
máscara; ela foi necessária lá atrás, hoje você não precisa mais dela! Sua
negatividade é apenas energia paralisada; é energia de vida que precisa ser
movida e trazida à luz. Ela se transformará em força, autoconfiança e amor
próprio. Ela é energia de vida e de saúde! Saiba que seu verdadeiro EU
encontra-se escondido atrás de suas defesas. Ele é amor e desejo de criar, de
se realizar e de compartilhar. Confie acima de tudo na vida. Ela é bela e deve ser
vivida com amor e prazer! Recupere seu direito à vida! Use a energia de sua
vontade para sair deste estado de paralisia! Mova-se! Expresse seus
sentimentos, emoções e anseios! Acima de tudo não culpe os outros por seu
estado; tome-o como sua tarefa pessoal de desenvolvimento. Não nos cabe julgar
ou culpar nossos pais; eles fizeram o que podiam fazer frente às suas próprias
dificuldades. Lembre-se também que sentimentos não são julgamentos. Você tem o
direito de expressar seus sentimentos retidos e recuperar a energia que é sua.
Isto não ocorre quando você descarrega sua negatividade sobre as pessoas
culpando-as por sua situação de vida. Isto apenas o leva a sentir-se culpado!
A máscara é mental, está em nossa cabeça. Quando
movemos a energia, expressando-a vigorosamente através de nosso corpo, saímos
da máscara e trazemos a negatividade à tona. Estaremos caminhando na direção de
nossa fonte primária de energia. Saímos de nossas emoções superficiais e
entramos em emoções e sentimentos mais profundos. Começamos a nos aproximar de
nossa ESSÊNCIA!
10- O que o corpo
tem a ver com a mente e a consciência?
Para que a consciência flua livre é necessário que
as sensações corporais estejam vivas e presentes. Se uma parte do corpo estiver
paralisada, haverá uma lacuna na consciência. A paralisia do corpo leva a
ausência de sensações, emoções e percepções, ou seja, leva a um vazio na
consciência; este vazio pode ser preenchido por crenças externas. Nossas
crenças errôneas ou distorcidas estão sustentadas por paralisias em nosso
corpo. Nossos bloqueios sustentam nossa visão distorcida da vida!
Nossas fantasias assustadoras e temores infundados
ocorrem a partir de paralisias em nosso corpo. Quando movemos nosso corpo
ampliando a pulsação vital, intensificamos as sensações físicas, os sentimentos
e emoções e interferimos nos pensamentos e crenças arraigados. A retomada da
pulsação energética corporal desfaz os temores infundados e as fantasias
assustadoras, podendo levar-nos a questionar crenças que de outra forma resistiriam
a qualquer argumentação!
A consciência é organizada pelo cérebro, porém,
depende da pulsação energética e da circulação da energia no corpo. A pulsação
e a circulação da energia dependem dos bloqueios e tensões que o corpo
apresente. Nossos modos de ser, de sentir e de pensar estão fortemente
estruturados em nossos bloqueios corporais. Quando trabalhamos expressivamente
nosso corpo, liberamos os bloqueios, expressamos as emoções, abrimos a mente,
intensificamos as respostas de prazer e ampliamos a consciência.
11- O que tem a ver
o corpo, a consciência e a espiritualidade?
A energia contém as informações possíveis à
consciência. Nosso corpo é o instrumento através do qual a energia se move e se
transforma em consciência! O cérebro a organiza. A consciência possível a uma
dada pessoa retrata sua possibilidade atual de funcionamento energético e
corporal! A energia, porém se estende ao infinito, o que levaria à existência
de uma consciência MAIOR, que envolveria todo o universo.
Quando nos abrimos para a ESSÊNCIA, nos conectamos
com um campo imenso onde temos acesso às informações do inconsciente pessoal,
familiar, coletivo humano, etc. Este é o caminho para o desenvolvimento
espiritual! O trabalho corporal, liberando o movimento energético, leva à abertura
progressiva da consciência, na direção da CONSCIÊNCIA MAIOR!
12- O que posso
fazer para me ajudar neste processo?
Vamos compreender um pouco mais a dinâmica da
personalidade para que você tenha mais disposição de empreender seu crescimento
pessoal e buscar sua saúde.
Guardamos em nosso interior a criança que foi mal
recebida, rejeitada, invadida, ferida ou traída. É o nosso ego infantil que
ainda se faz presente! Ele nos impõe sua máscara porque teme confrontar-se com
a raiva retida e com a dor guardada no fundo do coração. Entretanto não somos
apenas uma criança temerosa. Temos um ego adulto que é responsável por nosso
estar no mundo. Ele precisa ser apoiado e contar com a energia liberada da
negatividade para desenvolver as capacidades necessárias para atender à nossa
ESSÊNCIA. Se você se permitir liberar sua negatividade, contará então com muita
energia para seu trabalho de crescimento pessoal. Muitas qualidades podem ser
desenvolvidas, mas se você não tiver a energia disponível não será possível.
Este é um passo importante! Seu ego adulto o levará para o mundo onde estão as
pessoas e as realizações que necessita. Assim poderá se realizar como um ser
social. Suas possibilidades, entretanto não terminam aí. Dentro de você existe
ainda um ego maduro que espera por desenvolvimento. Esta parte de sua
personalidade não está voltada para o mundo, mas para sua própria ESSÊNCIA onde
se encontram possibilidades desconhecidas à espera da abertura de sua
consciência. Estas potencialidades emergirão espontaneamente quando as
necessidades ligadas à relação pessoal e social forem satisfeitas. A capacidade
de amar, de doar e de curar, a criatividade, a comunicação artística e
filosófica, a profunda sabedoria da vida, a intuição e a espiritualidade são
alguns dos potenciais que podem estar adormecidos em sua ESSÊNCIA. Você pode e
tem o direito de despertar essas qualidades.
13- Como é
realizada a Terapia Energética Corporal?
A terapia é um processo que resulta da interação
entre o terapeuta e você cliente. O terapeuta não pode fazer nada sozinho. Ele
necessita de sua participação ativa e cooperativa. O terapeuta não constrói
nada de novo, apenas ajuda a despertar o que já existe em sua personalidade.
Ele será um acompanhante, um amigo nesta caminhada. O que o terapeuta tem a
oferecer é uma técnica, que conduz o processo com segurança, e a relação
amorosa e interessada em seu crescimento pessoal. Ao conhecer sua história ele
o ajudará a compreender os momentos difíceis de sua infância. Ao ver o seu
corpo poderá fazer uma leitura de como os conflitos do passado estão
estruturados em seus bloqueios, pois em seu corpo está inscrita a sua história.
No trabalho com o corpo ele o ajudará a retomar a
pulsação energética dos anéis e a liberação dos circuitos energéticos. Proporá
toques, massagens, exercícios de stress muscular, alongamento e expressão das
emoções. Dessa forma irá liberando progressivamente sua energia. Na medida em
que seu nível de energia subir, lançará mão de exercícios que visem o
desenvolvimento de funções que ficaram paralisadas. É muito importante o
trabalho construtivo e educacional, pois estimula o cliente a desenvolver as
funções necessárias ao ego adulto.
No trabalho emocional o terapeuta o ajudará a
identificar seus bloqueios, saindo da máscara e entrando em contato com as
emoções mais profundas. Sua negatividade se expressará inicialmente como ataque
a pessoas atuais ou de sua história. Não se preocupe; sentimentos não são
julgamentos. Você tem o direito de expressar seus sentimentos retidos; eles são
apenas energia paralisada! Em seguida você se conectará com a raiva justa, a
indignação, ou seja, a raiva que você como criança, tinha o direito de ter.
Isto o levará ao contato com a dor e com os anseios reprimidos. A expressão da
dor e o reconhecimento de seus anseios, efetuados no ambiente receptivo e
amoroso da terapia, irão progressivamente afrouxando a separação entre as
camadas de sua personalidade. A energia retida na negatividade, ao ser
liberada, ficará disponível para que tenha uma atitude construtiva, tanto ao
nível do corpo quanto do comportamento. Você se reconectará com seu verdadeiro
EU e seus bloqueios começarão a se afrouxar. Você passará a ter força e
confiança para realizar as mudanças necessárias em sua vida.
No trabalho mental duas questões são importantes:
suas crenças infantis e a revalorização de sua experiência de vida. Com o
afrouxamento das tensões musculares os vazios perceptivos sobre os quais estão
assentadas as crenças infantis começarão a ceder. Assim elas poderão ser
questionadas. A revalorização de sua experiência de vida necessita ser feita a
partir da experiência corporal e emocional. A vida faz sentido quando é
sentida! Na medida em que suas experiências corporais e emocionais se
ampliarem, você passará a ter outra visão de mundo, mais condizente com seu
verdadeiro EU.
No trabalho da consciência ocorre uma abertura
progressiva desta na medida em que a pulsação energética se amplia e os
circuitos energéticos tornam-se mais fluidos. A intensificação das sensações
corporais possibilita a abertura da consciência. Quanto mais consciência
corporal você tiver mais se ampliará sua consciência! O terapeuta chamará
constantemente sua atenção para que sinta seu corpo, descreva as sensações,
etc. Estará assim desenvolvendo seu eu observador, instância muito importante
na abertura da consciência. Este trabalho leva progressivamente ao
desenvolvimento do ego maduro. A espiritualidade é um potencial humano que
necessita ser desenvolvido e sustentado em nosso corpo e isto é possível
através de nosso ego maduro!
A terapia energética corporal é uma técnica e
também um posicionamento filosófico frente à vida. O ser humano é primariamente
bom, amoroso, criativo, realizador, intuitivo e espiritual. Partimos do convite
a você, cliente, para viver e expressar integralmente suas emoções e
sentimentos e descobrir sua ESSÊNCIA, seu verdadeiro EU!
É um convite para você retomar sua crença no amor,
na vida e na sua verdadeira espiritualidade.
"A consciência da lei do amor
leva à consciência da lei da vida que por sua vez leva à consciência de
Deus!" W. Reich, Ether, God and Devil.
Orientações da
Terapia Energética Corporal
- Seu
corpo é a melhor fonte de informação sobre seu funcionamento mental,
emocional e instintivo. É importante aprender a "ouvi-lo". O
corpo tem uma sabedoria de milhões de anos de evolução! Ele
"sabe" muito mais da vida que sua mente!
- Seus
bloqueios expressam paralisações do sentir ou do expressar. É importante
que se volte para seu sentir e que tenha liberdade de expressar suas
sensações e emoções.
- Permita-se
ir além de seus limites habituais. Quando sentir impulso para expressar ou
for sugerido que expresse algo, faça-o com todo empenho. Não se iniba!
- Confie
em seu corpo. Perceba suas sensações físicas, entregue-se e permita-se
deixar levar por elas. Seu corpo tem uma sabedoria que você desconhece.
- O
que vem à sua consciência tem sempre a ver com o que está ocorrendo no
corpo. Durante o trabalho corporal é importante que se mantenha focado nas
sensações corporais e que comunique o que vier à consciência, seja na
forma de idéias, crenças, imagens, lembranças, sensações, emoções ou
impulsos.
- Habitue-se
a checar suas idéias, emoções e impulsos com suas sensações corporais.
Quando seu comportamento não está coerente com suas sensações ou sente
apenas um vazio, questione-se, pois o mesmo pode decorrer de crenças
infantis e não de sua verdade mais profunda.
- A
dor emocional e o prazer fazem parte da vida. Não é possível estar livre
para o prazer e bloquear a dor, pois ambas são sensações vitais profundas.
Quando se bloqueia a dor paralisa-se também o prazer!
A dor e o prazer também são caminhos
para o contato com seu EU!
- A
dor é uma emoção, quando você a expressa, ela se vai deixando um grande
alívio. A paralisação da dor gera sempre alguma forma de sofrimento que se
manifestará por longo tempo. Permita-se sentir e expressar sua dor
emocional que ela se transforma, ajudando-o a crescer!
- Sua
evolução é o melhor antídoto contra a dor emocional. O sofrimento existe
porque sua evolução paralisou-se. A paralisação está ligada aos nossos
apegos.
- Não
é o apego a bens materiais, conforto, sucesso, etc. que limitam sua
evolução mas o apego a crenças, auto-imagens, comportamentos e emoções
infantis que a limita. Permita-se questionar sua visão de mundo.
No coração do homem espera o despertar a criança do
futuro!
Dr. Dimas Calegari
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