quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

FALANDO DE PSICOTERAPIA ANTROPOSOFICA....



A psicoterapia antroposófica foi desenvolvida após a morte de Rudolf Steiner, desde a década de trinta, por grupos independentes de psiquiatras e psicólogos em diversos países, como Holanda (através do forte impulso de B. Lievegoed), Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos e Brasil, entre outros.

A Holanda e a Alemanha contam com departamentos de psiquiatria e psicoterapia em hospitais gerais, além de clínicas psiquiátricas antroposóficas. Na Itália, os cursos profissionais são reconhecidos com finalidade de credenciamento na área de psicoterapia. Em março de 2009 o diploma do curso de aconselhamento biográfico foi reconhecido para credenciamento na Associação Britânica de Psicoterapia e Aconselhamento.


O departamento de psicoterapia da seção médica do Goetheanum fornece os parâmetros e diretrizes para essas formações. Atualmente é dirigido por Adrianus e Henriette Dekkers, psicólogos, coordenadores há mais de 30 anos da formação na Holanda e, mais recentemente, na Itália. Na Alemanha existe um curso há mais de 20 anos. Como na última década o interesse aumentou muito, havendo demanda por formações em Israel, na Rússia, na Argentina, no Chile (entre outros), formou-se um comitê internacional, do qual o Brasil faz parte, para organizar um currículo mínimo e outras questões, de modo a garantir a qualidade técnica e ética dessas iniciatiPsicoterapia Antroposófica 09/02/2011


A psicologia baseada na Antroposofia, por decorrência de seus pressupostos, visa promover o desenvolvimento de uma consciência ética individualizada, dentro do princípio da liberdade. Não trabalha, portanto, com hipnose, regressão ou técnicas que induzam a estados alterados de consciência. Da mesma forma o profissional, se bem formado, não deveria fazer proselitismo filosófico em seu trabalho mas, pelo contrário, exercitar o método fenomenológico que, dentro do possível, visa ‘suspender’ suas referências pessoais (ou tê-las conscientes), para atuar profissionalmente. Evitam-se asserções categóricas e treina-se o profissional na arte de fazer perguntas abertas.

Adota o axioma de Steiner (Berron,1984) que postula que o corpo deve ser objeto da higiene; à alma se aplica a educação; a individualidade deve ter o espaço da liberdade.

Embora haja diversas maneiras de exercer a psicoterapia e um consenso internacional esteja aos poucos se estabelecendo, podemos dizer que se trata de uma abordagem terapêutica cujo cerne é a relação terapeuta-paciente. Como vai se dar esse encontro, depende da idade e do diagnóstico do cliente. O diagnóstico antroposófico é uma “leitura” que inclui, dialoga e faz uma “tradução” do conhecimento moderno. No caso das psicopatologias, usamos o DSM IV R e o CID 10 como referência de linguagem.

Em caso de adulto, a terapia é eminentemente dialógica (Berron,1984; Treichler, 1987), podendo abarcar trabalhos não verbais, conforme a formação complementar do terapeuta. A “porta de entrada” é, portanto, o Eu enquanto centro da consciência e a organização anímica, sede dos afetos ou emoções. A atitude do terapeuta será mais diretiva e didática em casos de maior comprometimento psicopatológico e a atuação será conjunta com médico, massagista, etc. Um trabalho, portanto, focado nos aspectos constitucionais do paciente. Quando o caso é uma crise de desenvolvimento que resulta em transtornos de menor gravidade, o trabalho sobre a história de vida, de uma forma menos diretiva, pode ser a principal abordagem, caminhando das sensações/emoções, através da compreensão e construção de significados em direção ao sentido da doença ou crise.

Busca-se alinhar desejos e aspirações através dos motivos conscientes, visando maior liberdade de decisões; caminhar, se possível, do corpo ou alma da sensação, para a alma da consciência. Dependendo, portanto, do diagnóstico e conseqüentes objetivos terapêuticos o psicólogo antroposófico pode adotar posturas mais ou menos diretivas, similares, em certos casos, às de uma linha cognitivo-comportamental ou, em outros, à existencial humanista. As técnicas terapêuticas utilizadas são comuns ao acervo de muitas linhas psicológicas como imaginação ativa, dramatização, etc.(von der Heide, 1984; Dekkers, 2001; Lievegoed, 1999, Treichler,1988)

Em se tratando de crianças é fundamental a vivência dos ciclos da natureza. O brincar se torna o grande meio de comunicação, em diferentes níveis como corporal, estruturado, expressivo e imaginativo. O aconselhamento das pessoas envolvidas com a criança como família, escola, etc. são parte necessária do processo.
 vas, preservando ao mesmo tempo as características e necessidades de cada país.

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